domingo, 29 de junho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
Na batalha contra o mal
Estamos vivendo dias complicados,
recheados de pontos de interrogação. Corrupção, injustiça, impunidade, falta de
ética e por aí vai. Não podemos fechar
os olhos, tapar os ouvidos ou nos escondermos debaixo da cama e esperar a
tormenta passar. E a tormenta é passageira? Não creio que seja, a não ser que
criemos vergonha na cara. E estamos esperando por quem?
Ah...
Quem sabe alguém escreva uma música como forma de protesto contra o sistema...
Ah... Vamos fazer uma passeata pra
demonstrar nosso descontentamento...
Ah... Vamos pintar a cara e protestar
contra a corrupção...
Ah... Vamos fazer abaixo assinados pra
fazer valer nossos direitos....
Ah... Vamos nos unir para vencer os
bandidos de colarinho branco e os demais....
Que nada... Passou o tempo em que os
artistas escreviam letras de músicas pra manifestar contrariedades... Hoje só
se criam refrões com sílabas desconexas...
Que nada... Passeata não adiantaria de
nada....
Que nada... Cara pintada já foi!!! Não
adiantaria. Aquilo foi só contra o Collor!
Que nada... Abaixo assinado não resolve.
Eles ainda ficam rindo da nossa cara e não fazem conta.
Que nada... Não tem como o povo se unir.
Eu é que não vou colocar minha cara a tapa!
E assim vamos vivendo....
"Pra o triunfo do mal, basta que os
bons não façam nada."
Todos nós temos culpa nessa situação. Aliás,
quem foi que reelegeu todo mundo nas últimas eleições?
Por que não protestamos contra a não
fiscalização das leis que regem a segurança pública? Elas existem, não tomaram conhecimento delas depois da
tragédia da Boate Kiss?
Por que não cobramos dos políticos um
trabalho em prol do povo e não de seus bolsos/cuecas/meias recheados do nosso
dinheiro?
Por que a população se une pra reformar
uma escola e não se une pra fiscalizar a aplicação dos recursos advindos de
nossos impostos? Caros impostos por sinal.
a educação não tem autonomia nem tampouco tanto poder assim. Como lutar contra “bolsas”, Big Brother, Baraberê, Tchu-tcha-tcha, Lellek lek, etc, noticiários regrados pelos desmandos politiqueiros e totalmente parciais, lixos nas programações televisivas. Haja poder hein colegas... Como educar para a honradez, respeito ao ser humano diante do quadro real que se estende à nossa frente? É contra isso que estamos lutando. E os heróis estão perdendo a batalha. Mas, como sou brasileira, gosto muito da expressão gauchesca: “Não tá morto quem peleia”.
Roseli de Melo Rohr
Pedagoga
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Minha experiência como alfabetizadora
Falar
em alfabetização não é algo fácil, pois alfabetizar é ainda a tarefa mais
difícil feita pela escola e é nela que grande parte da população aprende a ler e
escrever. Sou educadora, cursei Pedagogia por opção e já fazem onze anos que
atuo na área da educação. A sala dos professores é um local ímpar, onde de tudo
acontece, bate-papo, desabafos, enfim, nossa vida pessoal é compartilhada ali. Sempre
me chamou a atenção as conversas das
alfabetizadoras. Eu via e sentia a emoção com que elas relatavam umas às outras
suas experiências, principalmente o
momento em que algum aluno tinha o
famoso “insigth” e sempre me imaginava
nessa situação. Dar aulas para séries mais avançadas é bom, mas não havia toda
essa emoção. Porém nunca me senti encorajada a assumir uma turma de
alfabetização. Até que no ano passado, por ocasião de minha (feliz) mudança para uma nova cidade
, tive que
assumir uma turma de primeiro ano. Não procurei, ela simplesmente me foi
apresentada.
Era mês de abril, a turma já tinha uma certa
caminhada. O medo, a insegurança e tudo mais me dominaram. Mas, como nas horas de maior sufoco a gente
consegue as melhores forças e as melhores intuições, fui atrás, revi o que já
sabia sobre os níveis da alfabetização e psicogênese da escrita, pesquisei,
cata dali e cata daqui, toda aula era um desafio. Entre erros e acertos senti a emoção de
alfabetizar. Percebi também o quanto é difícil o trabalho com alfabetização,
pois muitas vezes não temos a colaboração dos pais, falta atendimento
especializado para alunos que apresentam dificuldades, dentre outros entraves.
Mas também senti o quanto é gratificante, de como eu me sinto feliz a cada
avanço de um aluno.
Mas
ainda me faltava muito para realmente ter a certeza de que estava no caminho
certo. Sentia que precisava me aprimorar. Surgiu, então, no ano passado, um
curso de poucos dias, para todas as alfabetizadoras do município. Ajudou-me bastante, pois troquei experiências com colegas, ouvi relatos
e me inteirei mais sobre o universo alfabetizador. Percebi
que estava no caminho certo, mas muito havia ainda a ser aprendido, quão crua
me encontrava. Sempre tive muitos pontos de interrogação: trabalhar mais a
ludicidade, trabalhar mais com jogos, será que estou no caminho certo, será que
estou oportunizando a criatividade ao aluno, enfim... cresceram as minhas
dúvidas e inquietações.
Aí
então surgiu o PNAIC. Pensei: é agora que vou aprender de vez a alfabetizar, aprenderei a fazer tudo
certinho. Logo no início deste ano começaram os encontros. Vem um, vem outro, mais outro e cadê a receita? E os passos? Qual metodologia
usar? Porém, nas conversas com as
colegas e com a coordenadora da turma, associadas aos materiais recebidos pelo
MEC, fui percebendo que o conhecimento é importante. Atualizar-se sempre é
fundamental, pois cada é dia uma
batalha, uma alegria nova, uma surpresa,
pois o sorriso de satisfação do aluno é um prêmio que se recebe.
Além de tudo isso, fui aprendendo que não
basta alfabetizar. É preciso alfabetizar
letrando. Sabendo-se que a escrita alfabética é um sistema notacional, ou
seja, caracteres com regras e sistemas,
com propriedades que o aprendiz precisa compreender, toda ação
empreendida no intuito de alfabetizar, precisa ser significativa para o aluno. Sendo que este,
necessita sentir-se envolvido nas atividades de leitura e escrita.
Mas não há receita! Há sim, um engajar-se, um doar-se. Alfabetizar
é uma arte, não é fácil, mas é gratificante. É um amor profundo na nobre missão de bem
encaminhar o educando ao mundo letrado. Aprende-se no dia-a-dia. Como diz o
poeta Antônio Machado:“Não há caminho. O caminho se faz ao caminhar.”
A
vida vai nos mostrando ao longo de sua bela e sinuosa estrada, que temos grandes desafios na nossa trajetória
terrena, sejam eles no âmbito profissional ou pessoal. Cada desafio que
enfrentamos, cada luta que não nos acovardamos
de enfrentar, coloca-nos frente a novas descobertas e novos
conhecimentos. Tudo pelo qual passamos, nos fortalece para vivermos novos momentos,
travar e vencer novas batalhas que nos levarão ao incontestável sucesso e realização pessoal.
Pois vencemos, e se algo não saiu como imaginávamos, serviu de experiência, pois é errando que acertamos. É dando o
primeiro passo que aprendemos a trilhar os caminhos da vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil.
Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade
certa: a aprendizagem do sistema de
escrita alfabética; ano 01: unidade 03. Ministério da Educação, Secretaria
de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasilia: MEC,
SEB, 2012.
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